Moinhos de Água
Vem aí a ribeira… e ela vem forte, logo dizia o interessado que, imediatamente enchia uma lata ou um alqueire de milho na saca que enfiava no cabo do foicinho, punha atrás das costas e se encaminhava para o moinho de água, para ser dos primeiros a reduzir o seu grão a farinha, da qual se fazia o bolo que era o principal alimento da família.
Eis que chegava o dono e metia a chave à porta. Deitava na moega a moenda do primeiro freguês, ia abrir a portinola que dava entrada à água fazia mover as mós.
Enquanto o moleiro ia correndo a grão e regulando a mó para fazer a farinha fina, ficavam todos empoados com o amido que girava no recinto.
Esperando a sua vez, iam conversando os cigarros que faziam com a casca do milho, o tabaco da terra e o lume do fuzil que batendo na pedra de pederneira, atirava a faixa ao murrão do canudo para acender os ditos cigarros.
Entretanto a ribeira enfraquecia a corrente e, aí terminava o convívio por vezes interessante e todos regressavam às suas casas.