No início do século XX, surge em Santa Cruz das Ribeiras a S.F.R.R., graças a um movimento, possivelmente oriundo da intensa troca de afinidades provenientes das muitas e prolongadas viagens inter-ilhas dos iates de então, tripulados por gentes desta terra.
O instrumental inicial veio da Ilha Graciosa, da Fonte do Mato, de uma antiga Filarmónica que, entretanto, tinha cessado a sua actividade, pela importância de 250$000 reis, tendo-se pago de direitos alfandegários 2$395 reis. A chegada do instrumental verificou-se em Outubro de 1899, tendo havido festa rija com “intenso” foguetório e merenda.
Foi primeiro regente, Francisco Augusto Cordeiro, graciosense, que se manteve à frente da Banda, ensinando e regendo, durante dez meses. Os primeiros estatutos foram aprovados pelo governo Cível da Horta em 1933. Foram então eleitos os primeiros corpos gerentes ficando a presidir à direcção, Francisco Soares Mariante, Leonel Garcia da Rosa e João Homem da Silveira, na assembleia-geral, Padre Manuel Teófilo de Sousa e no conselho fiscal, Francisco Assis Peixoto.
Em Outubro de 1996, a Recreio Ribeirense, com o alto patrocínio do governo regional, recebeu novo instrumental, tendo-se realizado nesse dia 29 de Outubro, festejos condizentes para gáudio dos Santacruzenses, tendo percorrido as ruas da localidade.
A Recreio Ribeirense, iniciou as suas actividades culturais em 6 de Janeiro de 1900 com 15 elementos. Um século depois possuía 28 elementos a quando da comemoração do centenário.
Na viragem do século a “Recreio Ribeirense”, inaugurou a sua sede social, num edifício moderno e funcional, do melhor que existe na região, graças á dedicação, esforço, da comissão de obras, da diáspora espalhada pelos quatro cantos do mundo, associados e de toda uma terra ao redor de um dos seus mais preciosos valores.
Mais de um século decorrido, vencidas muitas frustrações e desenganos, avultados factos decorridos (como os ocorridos) em 1936, em que foi mandada encerrar pelo poder politico de então, ficando o instrumental retido na Câmara Municipal, até 1940.
Ainda na década de quarenta, voltou novamente a ameaça de destruição total, quando do ciclone de Outubro de 1946. Milagrosamente, salvou-se o instrumental, tendo o imóvel e demais pertences sido destruídos e sugados pelas ondas ciclónicas.
Nos dias que decorrem a Filarmónica vive dias de consolidação e de engrandecimento, graças ao espírito de bem servir e da dedicação esforçada dos actuais corpos gerentes, superiormente presididos por Manuel Vidinha, voltou a animação à sede, com diversos jogos que envolvem grande número dos sócios e emprestam nova vitalidade às noites locais.